A iluminação sempre foi sinônimo de desenvolvimento. Ela ditou o avanço tecnológico desde o surgimento da primeira lâmpada incandescente, que completa 142 anos neste 21 de outubro. À medida que novos modelos apareceram, a luz artificial trouxe cada vez mais qualidade de vida às pessoas. Tanto que a inovação na iluminação pública, com o uso de LED, se tornou a porta de entrada para a transição das cidades inteligentes.
Mas você deve estar se perguntando: o que a modernização da iluminação pública tem de tão especial para ser a mola propulsora dessa grande transformação? Está curioso? Acompanhe este post e você descobrirá a importância dessa tecnologia para o novo modelo de espaço urbano altamente conectado. Vamos lá!
Por que a iluminação pública é a base das cidades inteligentes?
As luminárias em LED têm diversas vantagens na comparação com as lâmpadas tradicionais: são mais eficientes, sustentáveis, têm maior durabilidade e possuem nitidez superior. Desse modo, essas vantagens têm atraído os municípios bem planejados a modernizarem sua iluminação pública.
Mas o que isso tem a ver com cidades inteligentes? Ora, o “x” da questão é que o uso de LED na iluminação pública permite a implantação de um sistema de telegestão, que pode ser usado como plataforma para interconectividade de outros serviços.
Para o telemonitoramento na iluminação pública, o sistema precisa de sensores eletrônicos capazes de coletar uma série de dados, como tensão, corrente e potência elétrica, que são enviados por meio de uma rede de conexão sem fio de alta performance a uma central de comando. Nela, com o auxílio de um software que interpreta esses dados, todo o parque é monitorado a distância e em tempo real.
Serviços públicos interconectados
Agora, note que essas redes transportam dados e ligam pontos espalhados por toda a cidade. Por isso que são consideradas um ótimo canal para adicionar e conectar outras funcionalidades em todo o espaço urbano, com a aplicabilidade de IoT (Internet das Coisas). Dessa forma, um município pode atingir os objetivos do conceito de cidade inteligente, também chamadas de smart cities. Ou seja: assim será possível usar as novas tecnologias interativas para melhorar a qualidade de vida do cidadão, e, da mesma forma, garantir desenvolvimento econômico e ambiental.
Por meio desse sistema é possível capturar imagens de movimento de tráfego de carros e pessoas, eventuais acidentes, fazer sensoriamento de qualidade do ar, clima e poluição sonora. Nesse sentido, a rede pode transmitir e integrar esses dados em tempo real a diversos órgãos públicos, entre eles bombeiros, hospitais, defesa civil e polícia.
Na prática, por exemplo, a gestão dos dados aliado à IoT permite controlar sinaleiras conforme o fluxo de carros, indicar aos motoristas vagas de estacionamento na localidade, e alertar os moradores por mensagens de celular sobre catástrofes e enchentes.
Eficiência energética nas cidades inteligentes
Antes dos benefícios citados, a principal vantagem da tecnologia voltada às cidades inteligentes é proporcionar eficiência energética na iluminação pública. Tal tecnologia pode gerar até 30% de economia na rede porque possibilita regular a intensidade da iluminação conforme a necessidade, isto é, evita o desperdício.
O telemonitoramento na iluminação pública dispõe de outras funcionalidades, tais como acender as luminárias apenas nos horários necessários, monitorar o consumo de energia de cada ponto de luz e o ciclo de vida útil do dispositivo, assim como detectar automaticamente defeitos nos equipamentos. São todas características que também ajudam a trazer o máximo de aproveitamento das luminárias em LED, reconhecidas por proporcionarem eficiência até 60% maior que as lâmpadas convencionais.
Enfrentamento das mudanças climáticas
Nessa direção, o papel da eficiência energética na preservação do meio ambiente é muito importante. E sobretudo no enfrentamento das mudanças climáticas, já que a energia elétrica é uma das responsáveis pela emissão de carbono na atmosfera.
Sendo assim, tanto a Nova Agenda Urbana da ONU (Organização das Nações Unidas) quanto a Carta Brasileira para Cidades Inteligentes orientam elevar padrões de eficiência energética na modernização e expansão dos parques de iluminação pública. E orientam justamente no sentido de promover a gestão eficiente do serviço por meio da adoção de soluções digitais integradas à rede, ou seja, por meio da telegestão.
O alerta é muito sério, tendo em vista que caminhamos para um crescimento populacional, nas cidades, acelerado, o que representa aumento da demanda energética. Hoje, 50% da população está nas cidades, mas a expectativa é que, nos próximos 40 anos, 75% dos habitantes estejam nos centros urbanos, conforme a ONU.
Desafios da iluminação pública
A implantação de sistemas inteligentes é ainda incipiente no Brasil. Isso porque há diversos desafios para a sua popularização. Entre os principais estão a falta de conhecimento dos gestores sobre os benefícios e a baixa capacitação profissional, além dos investimentos serem considerados altos.
Realmente, a introdução dos sistemas requer um investimento na altura de seu potencial. Afinal, se tratam de tecnologias inovadoras. No entanto, elas trazem grandes retornos a médio e longo prazo, como maior sustentabilidade e geração de economia na prestação dos serviços em si – já que os processos são otimizados. Por isso, entidades de fomento, como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), dispõem de linhas de crédito específicas para a modernização da iluminação pública.
No momento em que o mundo entra para a era da conectividade, a transição para o modelo de cidade sustentável é irremediável, mas quem sai na frente ganha vantagens, entre elas maior visibilidade para atração de empreendimentos ao município.
Palhoça sai na frente
Nesse sentido, o município de Palhoça se projeta para conquistar o título de cidade inteligente ao apostar em parcerias público-privadas (PPPs) para alocar soluções inovadoras e eficientes na infraestrutura e nos serviços públicos. Lançou o programa Palhoça + Eficiente, que teve como primeira melhoria justamente modernizar a iluminação pública. E assim, em maio de 2020, contratou nossa concessionária QLuz para administrar seu parque.
Estamos adiantados nesse caminho. Logo terminaremos a substituição de todas as luminárias convencionais por de LED. Além disso, já instalamos um sistema de telegestão, com software próprio e montamos um Centro de Controle Operacional (CCO) bem equipado. Ele possui data centers, central de atendimento aos moradores e “Vídeo Wall” (monitores e displays para exibir pontos de luz). Esse é o primeiro passo para colocar Palhoça na frente entre as cidades inteligentes do Brasil!