A pandemia da Covid-19 afetou diversos segmentos da economia. Passado mais de um ano do começo das restrições, muitas atividades não se recuperaram. Entretanto, o setor elétrico atravessou esse período mantendo o consumo de energia em alta. Quer saber como o segmento conseguiu se firmar diante desse cenário? Então acompanhe este post!
Impacto da pandemia no consumo de energia
Os desafios da crise sanitária em 2020 exigiram adequações, que foram atendidas com maestria pelo segmento. Desse modo, fez com que o setor evoluísse no período.
Veja só, de acordo com o estudo da multinacional de auditoria e consultoria KPMG, intitulado “Tendências e a Nova Realidade – 1 Ano de Covid-19”, comprova essa nossa afirmativa. E mostra que houve, inclusive, um avanço no estágio da retomada da economia.
Nesse sentido, a organização comparou dois levantamentos, um realizado no início do isolamento social e outro mostrando a realidade um ano depois. Além do setor elétrico, outros 40 foram analisados. O relatório previa quatro categorias em que o segmento poderia estar posicionado. Confira!
- Crescimento – Empresas que escalam o momento com o comportamento do consumidor favoravelmente alterado durante a crise.
- Retorno ao normal – Empresas vistas como essenciais que sofrem os efeitos da recessão do distanciamento social do consumidor, mas se recuperam mais rapidamente.
- Transformar para emergir –Empresas que se recuperam, mas ao longo de um período prolongado, exigindo reservas de capitais para resistir e transformar modelos operacionais e de negócios.
- Reiniciar – Empresas que lutam para se recuperar devido à demanda permanentemente reduzida, capital insuficiente para evitar recessão, assim como má execução da transformação digital.
Pois bem, o setor elétrico passou da fase 3 para a 4, o que quer dizer que vem se adaptando aos diferentes momentos da crise. Segundo a KPMG, o consumo de energia retomou os índices históricos. No entanto, com o alto consumo de energia e a baixa nos reservatórios das grandes hidrelétricas, há uma tendência para o encarecimento da conta de luz dos consumidores.
Avanço na retomada econômica
E como o setor elétrico conseguiu avançar no estágio da retomada da economia? As distribuidoras de energia sofreram diversas dificuldades na pandemia, como o aumento da inadimplência, por exemplo. Assim, na avaliação da KPMG, a ação rápida do governo para apoiá-las foi essencial. Desse modo, impediu que os demais elos da cadeia fossem afetados.
Além dessa análise, o estudo ainda trouxe um panorama sobre tendências bem como prioridades do segmento. Entre elas, constam o incentivo à mudança nos hábitos de consumo por meio de eficiência energética, a aposta nas energias mais sustentáveis e gestão de riscos cibernéticos. Também vê como fundamental melhorar a preparação para lidar com estiagens na geração de energia das hidrelétricas. Aliás, algo que estamos enfrentando neste momento!
Pesquisa revela alta no consumo de energia em 2021
Os números são categóricos. Eles mostram como o setor elétrico está sendo resiliente diante do contexto crítico da pandemia. Mesmo nos momentos em que governos e municípios adotam medidas mais severas para frear a disseminação do vírus, o consumo de energia está em alta.
Agora em 2021, março foi o mês mais grave da crise sanitária. E mesmo assim registrou aumento de 5,5% no consumo de energia em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo levantamento da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Nesse sentido, o volume em março atingiu 66.650 megawatts médios (MWm).
Se for levado em conta todo o primeiro trimestre, também encontramos uma elevação no comparativo com os três primeiros meses de 2020. E note, mesmo que janeiro e fevereiro do ano passado não tenha sido uma fase de restrições no Brasil, o indicador teve incremento de 3,7%.
Desse modo, a CCEE avaliou que as medidas restritivas para conter o agravamento da covid-19, neste ano, tiveram impacto limitado sobre o consumo de energia. Para a instituição, os índices são um retrato de como o setor soube manter com firmeza sua operação mesmo diante das regras mais restritivas adotadas em 2021.
Comparação entre estados e países
As medidas de isolamento social impactaram o consumo de energia elétrica em todo o globo, mas o segmento, aqui no Brasil, se reergueu mais rapidamente que muitas das grandes nações. Assim, ocupou nada menos que o terceiro melhor desempenho!
Conforme a CCEE, o aumento que nosso país obteve em março (5,5%) superou o da Espanha (+5,1%), Estados Unidos (+0,6%) e Reino Unido (-0,3%). Ficamos atrás apenas da Itália (+12,2%) e França (+6,2%). Isso mostra que o sistema elétrico brasileiro vem amadurecendo.
É bom lembrar que os resultados dependem obviamente da performance nos estados. Dessa maneira, das 27 unidades federativas, 19 tiveram incremento em março. A seguir, veja o top 5.
- Rio de Janeiro: +14,1%
- Santa Catarina: +10,5%
- Pará: +9%
- São Paulo: +7,9%
- Bahia: +7,3%
Perceba que o consumo de energia é bem distribuído entre os estados do país. Há representação em quase todas as regiões, com Rio de Janeiro e Santa Catarina chegando à casa de dois dígitos de aumento. Também é de se notar que estados de destaque industrial estão na lista.
Ranking dos ramos que mais consomem energia
O maior aumento no consumo veio do chamado mercado livre de energia. Nele, empresas com grandes demandas compram diretamente de geradoras ou comercializadoras. Desse modo, podem negociar preços, prazos e volume, ao invés de adquirirem das concessionárias com tarifas reguladas. A alta chegou a 11,5% de janeiro a março. Quer saber quais os segmentos que mais compraram nesse ambiente? Confira o ranking!
- Companhias de saneamento: +34,7%
- Comércio: +26,7
- Têxtil: +24,5%
- Veículos: +22,1%
- Manufatura: +22%
A alta no consumo, sobretudo no mercado livre, com certeza, sinaliza que o Brasil está no caminho da retomada econômica. Afinal, quando as principais indústrias aumentam a demanda por energia é porque estão a todo o vapor. Juntos, enfrentaremos esse momento difícil para toda a sociedade. E, diante de tão grande desafio, a energia não pode faltar!