Pagar a conta de luz neste ano dói no bolso de qualquer cidadão. Uma avalanche de obstáculos fez o reajuste anual nas tarifas de energia aumentar em média 7% no Brasil. Mas a previsão futura é ainda mais desfavorável: elas podem subir 16,7% em 2022, ou seja, o dobro de 2021.
Como não bastasse, os brasileiros simultaneamente passaram a pagar taxa extra por conta da escassez de água (e consequentemente de energia) nos reservatórios das hidrelétricas. Pois bem, isso gerou um grande impacto na conta dos consumidores residenciais, que já pagam a segunda tarifa mais cara do mundo, conforme a AIE (Agência Internacional de Energia).
Definitivamente, esse é um assunto que afeta a vida de todos. Quer saber quais os principais fatores para o aumento das tarifas de energia, assim como as previsões para o próximo ano? Siga a leitura deste post que explicaremos tudo!
Principais fatores para o aumento da tarifa
Antes de mais nada, é preciso entender que a tarifa vem sofrendo um duplo aumento. Um deles é o reajuste regular anual, por sua vez, o outro é o sobrepreço da bandeira tarifária, taxação que reflete o custo extra da geração de energia.
Primeiramente, trataremos do reajuste regular da conta de luz, feito pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) uma vez por ano. Em suma, a atualização sempre ocorre no aniversário do contrato da distribuidora. Até agora foram atualizadas tarifas de pelo menos 30 concessionárias de distribuição que atendem 16 estados. Assim, de janeiro para cá, em média, os consumidores tiveram de encarar aumentos de 7,1%, como já foi dito. As maiores altas foram em cidades de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, com média de 11,2%.
A Aneel apontou como principais causas do aumento na tarifa os encargos setoriais, efeitos do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), despesas com compra e transporte de energia, assim como a alta do dólar e inflação.
Previsão para 2022
No entanto, o impacto pode ser bem maior ano que vem, já que a agência aplicou medidas para atenuar a alta no reajuste por conta da pandemia e da taxa extra. Por isso, a Aneel prevê um aumento de 16,7% em 2022, já que não terá como segurar essa proteção por mais tempo. Sem as medidas, segundo a agência, o reajuste deste ano poderia superar 18%. Se preparem!
Após esse período em que os brasileiros sofreram tanto com a crise sanitária e econômica, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) defendeu esforços dos governos para reduzir efetivamente o valor da conta de luz, como o abatimento em encargos. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o Estado reduziu a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na energia elétrica enquanto vigorava a bandeira vermelha.
Bandeira de escassez hídrica
Como vimos, outro problema tem causado aumento na conta de luz. Enfim, é a crise hídrica, provocada pela maior seca dos últimos 91 anos, segundo o SNM (Sistema Nacional de Meteorologia). Com isso, a estiagem deixou os reservatórios das hidrelétricas do Centro-Oeste e Sudeste abaixo de 26% da capacidade.
Como as hidrelétricas correspondem a 65% da matriz de energia brasileira, conforme a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a estiagem influencia no abastecimento de todo o país. Para suprir a demanda, o governo acionou as termelétricas, que tem o custo da produção mais caro – além de serem poluentes. Assim, as taxas extras são cobradas do consumidor final.
Isso porque todo o custo de variação de preço para gerar energia elétrica, seja por conta de volume de chuvas, disponibilidade hídrica, seja por outras questões, sempre se paga com a taxa sobreposta. E é aí que entram as bandeiras tarifárias.
Cada uma das bandeiras tem um valor, e é acionada conforme a situação de geração de energia. Este ano a necessidade é tamanha que o governo criou uma nova bandeira tarifária acima das outras: a da escassez hídrica, 49,6% acima da bandeira vermelha patamar 2. Logo, a taxa se impõe a cada 100 kWh consumidos. Veja a seguir a taxação conforme a bandeira!
- Bandeira de escassez hídrica – R$ 14,20
- Vermelha patamar 2 – R$ 9,49
- Vermelha patamar 1 – R$ 4,169
- Amarela – R$ 1,343
- Verde – sem cobrança adicional
Consumo consciente e eficiência energética
O Sistema Nacional de Meteorologia já alertou: há possibilidade da seca continuar no próximo ano. Assim, reduzir o consumo de energia é importante para evitar risco de desabastecimento, e continuação de sobretaxa, bem como diminuir o valor da tarifa. Logo, o cidadão comum pode tomar duas atitudes: uma delas é fazer consumo consciente de energia, a outra é optar por equipamentos com eficiência energética.
De antemão, é preciso dizer que economizar energia elétrica significa mudança de hábitos. Atitudes como apagar a luz quando ninguém está no ambiente, usar máquina de lavar em sua capacidade máxima, não colocar toalhas nas prateleiras da geladeira e ficar apenas o tempo necessário no chuveiro fazem toda a diferença.
Utilizar equipamentos com o selo Procel de eficiência energética dentro de cada categoria é outra medida importante. A indicação vai de A a G, sendo a primeira letra mais eficiente ao passo que a última, menos.
Economia com LED
A substituição das lâmpadas tradicionais por tecnologia LED gera uma economia significativa. Afinal, seu nível de eficiência energética é mais de 60% superior aos outros modelos de lâmpadas, chegando até 85% na comparação com as incandescentes. Além disso, reúne outros benefícios, como possuir alta durabilidade, ser uma tecnologia sustentável, emitir luz branca e focal, oferecendo maior nitidez do que as antecessoras.
Nós, do QLuz, seguimos este caminho no parque de iluminação pública de Palhoça. Todas as lâmpadas de descarga estão sendo substituídas por luminárias em LED. Já temos 90% do sistema modernizado, com mais de 24.500 pontos de iluminação da cidade trocados. Você também, diga não ao desperdício de energia e aposte na eficiência energética!