Que tal viver em um lugar onde supermercado, farmácia, escolas, parques, clínicas de saúde, enfim, tudo o que você precise esteja perto de sua casa? Logo ali! Seria ótimo, não? Pois bem, isso é possível. E mais: é uma tendência que ganha o mundo. Bem-vindo ao conceito de Cidade de 15 minutos.
Essa proposta, com raízes na corrente do Novo Urbanismo, defende que as pessoas tenham acesso a qualquer serviço básico necessário para viver a uma curta distância. Ou seja, permitindo chegar ao local a pé ou de bicicleta. Isso inclui trabalho e estudo. Logo, a ideia é possibilitar que o cidadão leve menos que 15 minutos para se deslocar.
E quais são os benefícios das cidades planejadas nesse modelo compacto? Em resumo, oferecer condições para que os moradores tenham melhor qualidade de vida. Com menos carros nas ruas, menos poluição, menos tempo desperdiçado no trânsito e, consequentemente, menos estresse.
Mas, para isso, é necessário investimento em serviços públicos como: ciclovias, transporte coletivo e, principalmente, iluminação pública. Junto a isso, um planejamento urbano adequado e estímulo para a diversificação dos comércios locais.
Por que surgiu o conceito de Cidade de 15 minutos?
No século passado, a industrialização levou os habitantes dos campos para as cidades, formando grandes conglomerados urbanos. Foi assim em todas as partes do mundo, e no Brasil não foi diferente. Logo, um exemplo clássico disso é a maior metrópole do país: São Paulo.
Hoje, a separação de áreas residenciais, industriais, de serviços e comerciais é tamanha nessa grande cidade que há divisões territoriais por setores econômicos. Veja que há cerca de 60 ruas de lojas especializadas. Desse modo, a região do Brás vende roupas, Santa Ifigênia, eletrônicos, rua Teodoro Sampaio, instrumentos musicais, e assim por diante.
Pois bem, essa distribuição centralizada pode até facilitar na hora de comparar preços, por exemplo. Mas faz com que as pessoas levem horas para chegar ao trabalho. Além disso, concentra a poluição do ar provocada pela grande quantidade de automóveis, já que todos os longos caminhos levam às áreas centrais.
E qual o resultado? Como vimos, maior degradação ambiental. E inda: estresse bem como falta de tempo para ficar com a família e lazer. Portanto, a Cidade de 15 minutos veio para ser uma alternativa de reconfiguração dessa realidade.
Muito mais do que praticidade e comodidade
Diante dos problemas enfrentados pelas grandes cidades, pesquisadores de planejamento urbano começaram a estudar outros arranjos territoriais. Nesse sentido, vislumbrando uma experiência mais saudável com o meio, foram construindo o alicerce para o que viria a ser a Cidade de 15 minutos.
Assim, o professor da Universidade de Sorbonne, de Paris, urbanista Carlos Moreno, foi quem batizou este modelo de cidade compacta. Em uma conferência do TED em 2020, o especialista em cidades inteligentes explicou sua a proposta de reorganização urbana.
“As cidades devem ser projetadas ou remodeladas para que na distância de uma caminhada ou pedalada de 15 minutos as pessoas possam viver a essência do que constitui a experiência urbana para acessar o trabalho, a casa, a comida, a saúde, a educação, a cultura e o lazer”, disse. Para ele, é preciso repensar as cidades em torno de quatro princípios orientadores. Vejamos a seguir.
- Ecologia: para uma cidade verde e sustentável.
- Proximidade: para viver a uma distância curta de outras atividades.
- Solidariedade: para criar vínculos entre pessoas.
- Participação: os cidadãos devem se envolver na transformação do seu bairro.
Assim sendo, essa reformulação influencia na forma das pessoas se relacionarem com o espaço e com a vizinhança. Do mesmo modo, redefine a maneira de lidar com o tempo. Ao se perder menos tempo no trânsito aliado ao processo do caminhar o cidadão pode experimentar um modo de vida menos acelerado.
Inclusive, a proposta de Cidade de 15 minutos foi encampada pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, na sua campanha a segundo turno para administrar a capital francesa. E olha: ela venceu e já está pondo em prática o processo de descentralização.
Desafios de Palhoça e região
Quem vive no município de Palhoça, na Grande Florianópolis, sabe do que estamos falando quando o assunto é deslocamento. Muita gente tem que encarar os constantes engarrafamentos da BR-101 para chegar ao trabalho nas áreas centrais da região. O que não é nenhuma exceção em relação a maioria das cidades brasileiras.
Por outro lado, Palhoça também conta com cases similares às cidades de 15 minutos. O bairro Cidade Criativa Pedra Branca, por exemplo, conta com espaços residenciais e comerciais interligados. Além disso, a localidade conta com uma universidade, a Unisul, e foi projetada para privilegiar o pedestre, tendo inclusive rua compartilhada. Assim, o município bebe dessa vertente para amadurecer seu planejamento urbano. Essa experiência pode ser vista aos poucos no desenvolvimento do bairro ao lado, o Pagani.
O papel da iluminação pública no conceito de Cidade de 15 minutos
Em uma Cidade de 15 minutos, a iluminação pública se torna ainda mais importante, afinal as pessoas circulam mais a pé e de bike. Assim, ruas bem iluminadas garantem maior conforto e segurança contra criminalidade e acidentes em calçadas e no trânsito. Aliás, com mais pedestres nas ruas, os motoristas precisam ficar ainda mais atentos para evitar atropelamentos. Tudo isso requer uma iluminação pública de qualidade.
Além disso, os moradores são incentivados a aproveitar mais os espaços públicos, como parques, academias ao ar livre e pistas de caminhada numa Cidade de 15 minutos. E, por conta do trabalho, eles normalmente procuram mais o horário da noite para o lazer.
Logo, é necessário garantir uma boa visibilidade nesses locais. Em alguns casos, necessitando não só de luminárias, mas refletores. Junto a isso, é interessante investir na iluminação de destaque, que valoriza o patrimônio arquitetônico, o que torna o espaço público mais agradável.
Nesse sentido, Palhoça está dando um grande passo ao modernizar todo o seu parque de iluminação pública para a tecnologia LED. Esse tipo de luminária é muito mais nítida do que as tradicionais. Ele ainda conta com outras inúmeras vantagens, como ser um produto sustentável, com maior durabilidade.
Então, nós do QLuz trabalhamos com afinco para modernizar o sistema, que será 100% LED até outubro. E assim, a iluminação pública de Palhoça já estará preparada para abraçar essa nova tendência de viver a cidade.