O setor de iluminação pública no Brasil já começou o processo de transformação. O uso do LED e de tecnologias de telecomunicação estão mudando cidades. Principalmente porque além de estar diretamente ligada à segurança no tráfego noturno, a iluminação pública também ajuda na prevenção da criminalidade e embeleza as áreas urbanas. Destacando e valorizando monumentos, prédios e paisagens. Tudo isso, da mesma forma que atua na facilitação da hierarquia viária, orienta percursos e aproveita melhor as áreas de lazer.
Por isso, quando as antigas lâmpadas de vapor metálico são substituídas por LED, as cidades garantem grandes avanços. Elas ganham ruas mais iluminadas, o que amplia a sensação de segurança, reduzem gastos com manutenção e ainda economizam mais de 50% na conta de energia elétrica.
Mas a infraestrutura utilizada na iluminação LED permite mais. As chamadas Cidades Inteligentes aproveitam os benefícios da tecnologia para melhorar a qualidade de vida dos moradores. E a busca da eficiência energética, com a modernização dos parques de iluminação pública, é o primeiro passo rumo a essa realidade.
Cidades inteligentes
A sociedade vem evoluindo de maneira muito rápida e a tecnologia tem acompanhado esse movimento. E isso não é diferente quando pensamos na gestão de uma cidade. A relação entre iluminação pública eficiente e o conceito de Cidades Inteligentes está totalmente interligada. Sendo a telegestão uma peça fundamental para que essa conexão realmente aconteça e, assim, seja possível simplificar processos e rotinas.
O sistema de telegestão é a chave para automatizar e agregar os mais diversos serviços que compõem a infraestrutura pública de um município, conectando a cidade ao cidadão. Através dele é possível programar o funcionamento das luminárias em tempo real ou por agendamento de horários, identificar ocorrências de falhas elétricas e lâmpadas queimadas.
Fora isso, a ferramenta permite a regulagem da intensidade da luz, gerando economia de energia. Além de viabilizar ainda o monitoramento de tensão e corrente e prever manutenções com base na coleta de dados.
Em Santa Catarina, a modernização das redes entrou de vez na agenda das prefeituras e agentes do setor de iluminação pública. Assim como o gerenciamento remoto da iluminação pública começa a ganhar corpo em algumas cidades. Em Palhoça, por exemplo, 100% do parque de iluminação da cidade conta com tecnologia LED e Telegestão. Ou seja, os mais de 27 mil pontos de iluminação contam com o monitoramento remoto do parque em tempo real, o que permite detectar e resolver falhas de forma mais ágil e eficaz.
Desde que assumiu a gestão da iluminação pública no município, há dois anos, a Qluz trabalha na ampliação e modernização por meio da PPP firmada com a Prefeitura. Dessa forma, o município tem garantido uma economia média de 63% aos cofres públicos. Além disso, mantém ruas e praças bem iluminadas e seguras, isso sem contar os benefícios ao meio ambiente!
Setor de iluminação pública: PPPs em alta
No setor de iluminação pública, a modernização favorece a instalação de infraestrutura tecnológica pelas cidades inteligentes. Estimuladas pelas novas regras que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu em 2020, muitas prefeituras têm investido em Parcerias Público-Privadas (PPPs) na área. Principalmente porque o sistema facilita o uso da taxa de iluminação e a captação de financiamento pelas empresas.
Sendo assim, os contratos de longo prazo entram como alternativa para que os municípios possam captar recursos e investir em um processo de modernização mais rápido e eficiente. E isso proporciona autonomia para que as cidades deem seus primeiros passos em direção a construção de smart cities de fato.
Segundo a Associação Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública (Abcip), em três anos, o número de contratos firmados neste modelo saltou de 19 para 63, em 470 projetos que movimentam mais de R$20 bilhões. Além disso, um levantamento da Radar PPP, a pedido do Valor, mostrou que só em 2022 as PPP para iluminação pública devem ultrapassar os R$ 1,8 bilhão em investimentos privados.
Este será o maior volume de negócios no setor de iluminação pública desde 2014, quando a responsabilidade pela gestão dos parques passou das distribuidoras de energia para os municípios.
No cenário atual, o ambiente de PPPs e concessões no Brasil conta com 3667 iniciativas em 19 segmentos. Sendo o de iluminação pública o segundo maior em número de projetos, com 461 desde 2014, atrás do segmento de água e esgoto.